Jurista acredita que pai de Isabella deve cumprir 16 anos de prisão e madrasta, 14
Luiz Flávio Gomes acompanhou os cinco dias de julgamento.
Para ele, linha do tempo feita pela acusação foi fundamental.
O jurista Luiz Flávio Gomes, que acompanhou os cinco dias de julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acredita que o pai de Isabella irá cumprir, no máximo, 16 anos de prisão em regime fechado e semiaberto. E a madrasta da menina, 14 anos. Os dois foram condenados na madrugada deste sábado (27) pela morte da criança, ocorrida em março de 2008.
Nardoni foi sentenciado a 31 anos, um mês e 10 dias. Jatobá, a 26 anos e 8 meses de prisão. “Aparentemente, é uma pena muito grave, mas, na prática, ele vai cumprir no máximo 16 anos em regime fechado e semiaberto. Ela, 14 anos. Então, ficou razoável. Para um assassinato na circunstância que eles cometeram, por se tratar de uma criança indefesa de 5 anos, acho que a pena é justa, cada um vai ter que pagar pelo que fez.”
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Ele explica como chegou aos números. Segundo o jurista, o pai e a madrasta terão que cumprir dois quintos da pena em regime fechado. Depois, um sexto do restante da pena em regime semiaberto. Alexandre Nardoni acabou condenado a mais tempo de prisão porque a pena foi acrescida por se tratar de um crime contra a própria filha.
O jurista aponta o que considerou fundamental para a condenação do casal. Ele estava na plateia do plenário do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Em primeiro lugar, cita a “coerência dos peritos em sustentar o laudo”. Porém, ele acredita que o momento decisivo foi a linha do tempo criada pelo promotor Francisco Cembranelli.
“O momento decisivo, na minha opinião, foi quando o doutor Cembranelli apresentou aquela linha do tempo, de 23h36 até as 24h, minuto a minuto. Ali ele ganhou o júri, porque os jurados definitivamente se convenceram de que eles estavam no apartamento e, em consequência disso, tinham implicação com os fatos”, afirmou.
Leitura de sentença
À 0h28 deste sábado, o juiz Maurício Fossen leu a decisão dos jurados. Sete pessoas, três homens e quatro mulheres, foram incumbidas de decidir o futuro do casal. Cinco delas jamais haviam participado de um júri.
O juiz Fossen interrompeu a votação quando a contagem chegou a quatro votos favoráveis à condenação - segundo ele, o objetivo foi garantir o sigilo da escolha de cada jurado. Assim, não é possível afirmar que os réus foram condenados por unanimidade.
Enquanto a leitura da sentença era feita pelo juiz, Nardoni, de 31 anos, e Anna Jatobá, de 26 anos (coincidentemente o mesmo tempo de sentença dado a cada um dos réus), esboçaram pouca reação e choraram de forma discreta. Do lado de fora do fórum, quase três minutos de explosões de fogos de artifícios se seguiram.
Quase dois anos se passaram até a semana do julgamento, período em que Nardoni e Jatobá sempre negaram a autoria do crime. O casal saiu do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, direto para presídios em Tremembé.
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