Famílias em quartel aliviam a tensão dos bombeiros de Concepción
A rotina dos sete bombeiros da 8ª Companhia de Concepción mudou bastante após o tremor de 8,8 graus na escala Richter. Os chamados passaram a ocorrer com uma frequência muito maior e os alertas de emergência vêm a qualquer hora da madrugada. Para quebrar um pouco o clima estressante, os bombeiros trouxeram suas famílias para a companhia. “Com eles por perto me sinto mais tranquilo. Nosso apartamento não sofreu grandes danos, mas é melhor saber que estão a meu lado”, diz o primeiro-tenente Cristian Caro, de 28 anos. Junto com ele estão vivendo na sede a mulher, Paulina Riquelme, de 30, e os filhos Monserrat, de 10, e Joaquín, de 3.
Como todos são voluntários, não há uma norma que impeça os familiares de ficar na sede. E ninguém se incomoda de trabalhar em meio ao barulho das criancas – ou melhor, até preferem. Num lugar em que normalmente se imagina um ambiente pesado, sisudo, as meninas brincam de boneca e Joaquín sai pedalando seu triciclo pelos corredores.
A divisão das tarefas na Companhia é a seguinte: enquanto os homens ficam alertas e preparam equipamentos para algum chamado, as mulheres arrumam a “casa” improvisada, cuidam dos filhos e cozinham. O almoço de hoje, por exemplo, foi preparado por Paulina e por Marlise Darby, de 35 anos. Marlise é casada com o bombeiro Francisco Perez, de 34. Têm dois filhos: Francisca, de 8, e o pequeno Vicente, de 4 meses.
Cristian trabalha numa transportadora de valores e Francisco, numa empresa de informática. Depois do terremoto, nenhum dos dois pôde voltar ao trabalho, porque nada reabriu ainda. Para terem uma ocupação e ajudar as vítimas do tremor, viraram bombeiros 24 horas por dia. E ao lado da família.
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