De 'Ruim' a pipoqueiros: astros da seleção conviveram com críticas
Quase todos os 23 jogadores convocados por Dunga têm histórias relevantes de momentos em que foram considerados 'pernas-de-pau'

Quando subiu para o time profissional do Flamengo, aos 17 anos, Juan ganhou o nada carinhoso apelido de “Ruim” da torcida de Flamengo. Exagero e precipitação, claro. Mas corriqueiro no lado passional que move os torcedores. E ele não foi o único da lista dos 23 convocados por Dunga a sofrer severas críticas em pelo menos um período da carreira.
Luís Fabiano e Kaká ganharam a alcunha de pipoqueiros no São Paulo, Kleberson foi eleito por um jornal inglês a quarta pior contratação da era Alex Ferguson no Manchester United... Quase todos têm derrotas contundentes a contar.
A partir do dia 15, no entanto, eles têm a grande chance de apagar ainda mais as pequenas máculas no passado. A estreia contra a Coreia do Norte abre caminho para colocá-los na restrita lista de campeões mundiais.
Eleito melhor do mundo em 2007, Kaká considera os percalços na carreira normais. E cita, que além da hostilidade no time paulista, também passou por momentos delicados em outros momentos.

Manchester. Só nela (Foto: Reprodução)
- Tive isso (questionamento) em todos os momentos da minha carreira. No São Paulo todo mundo lembra como saí, no Milan quando perdemos a final da Liga dos Campeões em 2005 do jeito que foi, no Brasil por causa da Copa de 2006. Em todos os outros superei as dificuldades e consegui estar aqui – disse.
Alguns integrantes do grupo de Dunga poderiam desistir da carreira antes mesmo de começá-la se fossem levar as críticas a sério. Elano, por exemplo, foi detonado por um jornal de Limeira que disse que era “impossível que ele fosse profissional”. O físico franzino de Robinho também o fez ser
Restrições no passado à parte, o grupo que Dunga levou à África do Sul tem experiência em títulos. São 241 no total. O recordista é Maicon, que já foi reserva do Mônaco. Ele levantou 20 taças. O único que ainda não teve o gostinho foi Michel Bastos.
Confira algumas lembranças desagradáveis de alguns jogadores brasileiros: | |
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Gomes | Contestado no Cruzeiro mesmo na época da tríplice coroa em 2003, quando foi titular nos títulos Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro. |
Doni | Vaiado em diversos jogos do Corinthians. Saiu do clube sem deixar saudade em 2004. No Roma também sofreu críticas e está há quase meio ano no banco. |
Maicon | Ficou na reserva do Mônaco, da França, nos primeiros meses de Europa. |
Michel Bastos | Foi rebaixado à Segunda Divisão do Brasileiro pelo Grêmio em 2004 e dispensado logo depois. Chegou a pensar em abandonar o futebol, mas o pai não deixou. |
Gilberto | Mesmo com uma Copa do Mundo nas costas, sofreu no mediano Tottenham, da Inglaterra, e chegou a jogar no time B. |
Juan | Quando subiu para os profissionais do Flamengo, aos 17 anos, era vaiado constantemente e chamado de "Ruim". |
Lúcio | Dispensado do Bayern de Munique, da Alemanha, pelo técnico Louis Van Gaal em 2009. |
Thiago Silva | Em Portugal, poucos jornalistas e torcedores lembram da passagem dele pelo Porto em 2004. |
Gilberto Silva | Técnico do Arsenal, Arséne Wenger, o vendeu por valor quase irrisório para o Panathinaikos, da Grécia, em 2008. |
Felipe Melo | Vaiado a cada toque na bola por um longo período no Flamengo no início dos anos 2000. Também participou da campanha que terminou com o rebaixamento do Grêmio à Série B, em 2004. |
Elano | No início da carreira, jornal de Limeira fez o seguinte comentário à atuação dele: "Impossível ser profissional". |
Kaká | Hostilizado com chuva de pipocas na saída do São Paulo. |
Kleberson | Era a estrela em uma apresentação de reforços que também tinha Cristiano Ronaldo. Saiu da Inglaterra eleito pelo tabloide The Sun como a quarta pior contratação da era Alex Ferguson. |
Josué | No início da carreira foi desaconselhado a jogar futebol por causa da baixa estatura. |
Julio Baptista | Idolatrado e apelidado de La Bestia em Sevilla, teve passagem ruim pelo Real Madrid e sofreu com as vaias dos madridistas. Está na reserva do Roma. |
Robinho | O técnico Sérgio Farias dizia que o Robinho não tinha “carcaça” de jogador de futebol. Depois, após o título brasileiro de 2002, virou chacota ao ser chamado de triatleta: corre, pedala e nada. Também não teve sucesso na Inglaterra, foi debochado e deixou o Manchester City por empréstimo em busca da felicidade no Santos. |
Nilmar | Classificado como jogador de vidro por causa das frequentes lesões no joelho quando estava no Corinthians. |
Luis Fabiano | Torcida do São Paulo o chamou de Luís Pipoqueiro após a derrota na semifinal da Libertadores para o Once Caldas. |
Grafite | Sofreu retaliações da torcida do São Paulo por motivo inusitado: fez dois gols contra o Juventus-SP e desta forma evitou o rebaixamento do Corinthians à Série B do Paulistão. |
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