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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Luis Fabiano foi de aluno-problema a solução no ataque da seleção

Atacante tinha apelido inspirado em Biro-Biro e jogava num campinho chamado de Buracanã. Jornal Nacional exibe série sobre convocados

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro


luis fabiano boletimBoletim de Luis Fabiano (Foto: Arquivo Pessoal)

Era difícil encontrá-lo nas salas de aula da Escola Estadual Professor José Vilagelin Neto, em Campinas. Mas bastava ir ao "Buracanã", um campinho de terra no bairro de Jardim Proença, para achar Biro. O apelido da infância veio por causa do cabelo enrolado, parecido com o do ex-jogador do Corinthians.

Luis Fabiano não foi um aluno exemplar. Foi reprovado duas vezes. Era levado, só arrumava confusão na colégio. Adjetivos não faltavam na ficha escolar: indisciplinado, mal-educado, brigão, fala palavrão! Furou a fila da merenda, brigou e bateu no Belarmino! Coitado do Belarmino, Luis...

- Era um pequeno meio esquentado (risos). Não gostava de levar desaforo para casa. Sempre arrumava confusão. Dei muito trabalho sim! Inclusive na escola. Faltava muito para jogar bola. Minha mãe sempre era chamada na escola (risos) - lembra o atacante em entrevista ao repórter Tino Marcos, da TV Globo.

Menino levado e bom de bola, Luis Fabiano é o 16ª personagem da série de reportagens especiais do Jornal Nacional sobre os 23 convocados pelo técnico Dunga para a Copa do Mundo de 2010.

O atacante nasceu no dia 8 de novembro de 1980, em Campinas. Momento difícil na família Clemente. Sem marido, Sandra iria criar o filho sozinha. Mas o avô Benedito assumiu a responsabilidade de cuidar do neto. Não tinha luxo, não tinha muitas regalias. Mas nunca faltou nada em casa.

Sandra trabalhava em uma escola de crianças. O avô era aposentado. Luis Fabiano era uma criança difícil. Não gostava de estudar, era "esquentado". Só queria saber de jogar futebol.

- Era dar uma laranja para ele que colocava no chão e saia chutando. Ele era um garoto com o futebol na veia mesmo. Era só bola, bola. Era fácil dar presente a ele. Só dar uma bola que ele ficava feliz, que estava legal. Nada de videogame. Ele só queria jogar bola. Estudar era na marra mesmo. Era só futebol, futebol, futebol - lembra o tio Paulo.

ARQUIVO PESSOAL DE LUIS FABIANO
luis fabiano com amigos no quartel luis fabiano e família, em casa
luis fabiano com bebê luis fabiano infância
luis fabiano com os tios marcos e benedito luis fabiano e família

Luis Fabiano não saia de um campinho que havia perto de casa. Ele e os amigos até apelidaram o local. Um mistura de "buraco com Maracanã".

- É uma praça no alto e o campo fica lá, lá em baixo. Então a gente chamava de “Buracanã”. Foi onde tudo começou. Onde a gente batia as peladas em qualquer hora. Era tempo bom porque não fazia nada. Só jogava bola, não tinha responsabilidade, não queria saber de nada. Foram tempos bons, mas com certeza hoje é melhor (risos). Hoje é maravilhoso - disse o atacante da seleção brasileira.

Criança, Luis Fabiano já participava de jogos na várzea com equipes amadoras como Alvorecer e Arco-íris. Atuava em outra posição: era meia-direita. As partidas do artilheiro eram sempre acompanhadas de perto pelo avô Benedito, o maior incentivador. Foi ele quem conseguiu um teste em 1994 no Guarani. O artilheiro tinha 14 anos. Passou. Mas só ficou um ano no clube. Acabou dispensado quando estava no infantil.

- Na troca de categoria fui dispensado. Era muita gente. O treinador chegou para mim e falou “tem muito, não vai dar para você ficar”. Com 14 anos, eu me desanimei. Pensei, agora então vou ficar sem jogar - disse Luis Fabiano.

- Criança, moleque, era meio complicado. Ele não tinha noção de que precisava treinar a parte física também. Ele só queria saber de jogar bola. Quando tinha treino físico ele não ia (para o Guarani). A molecada chamava para bater uma pelada no campinho "de não sei aonde" e ele ia. Aí o pessoal do Guarani pensou que ele não servia e foi dispensado - conta o tio Paulo.

luis fabiano advertêncialuis fabiano advertência (Foto: Arquivo Pessoal)

Fora do Guarani, Luis Fabiano desanimou. Seu Ditão, então, arrumou um trabalho para o neto em uma oficina de carros no bairro. O dono era um velho amigo da família. Mas não deu muito certo. Era passar um garoto pela rua e chamar para "uma bolinha", que o Fabuloso arrumava uma desculpa, saia do trabalho e só voltava no fim do dia. Dois meses depois, o avô de Luis Fabiano foi surpreendido certo dia na rua...

- Passou um tempo e o meu pai cruzou com esse amigo na rua. Ele deu um tapa nas costas dele e falou “Ditão, vou dar um conselho para você. Você é muito meu amigo, legal, seu neto é gente boa, mas deixa o moleque jogar bola porque para trabalhar... pode esquecer” - lembra o tio Paulo.

Luis Fabiano tentou também a vida como na carga e descarga.

- O pai de um amigo tinha vários caminhões e de vez enquanto ele buscava alguém para ajudá-lo. E como eu não fazia nada, eu sempre falava “eu vou com você”. A gente ia para o Seasa, carregava o caminhão, e levava para o supermercado em São Paulo. Para mim, com 15 para 16 anos, era uma festa fazer isso. Andava de caminhão e ainda ganhava dinheiro.

No final de 1995, surgiu uma nova oportunidade de voltar aos gramados por meio de um convite de um amigo que jogava na equipe juvenil do Ituano. Luis Fabiano passou no teste e, um ano depois, transferiu-se para a Ponte Preta, realizando um sonho antigo do seu avô que era torcedor fanático do clube.

- Quando eu cheguei na Ponte Preta me colocaram como centroavante. Falaram que eu tinha mais o biótipo. Alto, forte. E na Ponte Preta que comecei a fazer muitos gols. E aí falei: “é aqui o meu lugar”. Achei o meu lugar.

luis fabiano na ponte pretaLuis Fabiano na Ponte Preta (Foto: Arquivo Pessoal)

Seu Ditão faleceu em setembro de 2000. Não chegou a ver o neto vestir a camisa da seleção brasileira. Mas teve a alegria de torcer por ele na Ponte Preta e de fazer uma viagem até a França.

- Ele sempre esteve ao meu lado, me apoiando, nos momentos difíceis. Ele era o meu fã número 1, andava com os recordes de jornal no bolso. Eu tive a alegria de levá-lo para a França quando fui jogar no Rennes. Essa foi a maior alegria dele. Ir a Rennes e assinar o contrato junto comigo com um time europeu. Ele que sempre apostou em mim. Ele era bastante disciplinador, muito duro. Não gostava de me ver brigando, não gostava de confusão. Ele praticamente foi o meu pai. Gostaria de ganhar a Copa para homenageá-lo.

Luis Fabiano não conviveu com o pai. E prefere manter a distância. O atacante olha com orgulho para a mãe, que o criou com muito sacrifício.

- Minha mãe sempre foi uma guerreira. Sempre batalhou para dar o melhor para a gente. E hoje ela pode depois de muito trabalho e sofrimento desfrutar de tudo isso que eu venho passando. De ter uma condição melhor para viver.

No São Paulo, a carreira do atacante explodiu. Com apenas 23 anos, Luis Fabiano tornou-se um dos maiores artilheiros da história do clube. Com 118 gols em 160 partidas, o jogador possui a segunda maior média (0,74 por jogo), atrás apenas de Arthur Friendereich.

A fase mais difícil da vida de Luis Fabiano foi em 2004. A mãe do atacante foi sequestrada em Campinas. Foram dois meses de poucas informações e muita apreensão.

luis fabiano em aniversárioAniversário em família (Foto: Arquivo Pessoal)

- Foi um momento muito difícil onde eu estava no Porto tentando encontrar a minha melhor forma, o meu melhor momento dentro do clube e veio esta notícia ruim. Em um primeiro momento fiquei desesperado querendo ir embora para o Brasil. Mas depois de muitas conversas (com policiais) achei melhor ficar na Europa mesmo e continuar a minha vida. Foi muito difícil, sem notícias, do outro lado do mundo. Meu tio teve que sair do trabalho, minha família teve que mudar a rotina de vida. Foi um momento muito difícil, mas deu tudo certo. Não aconteceu nenhuma tragédia. Foram dois meses de muita angústia.

Mas os problemas ficaram no passado. Depois que se tornou pai de Giovana e Gabriela, o atacante passou a se controlar mais em campo. A fase de Bad Boy ficou para trás. E o sonho de disputar uma Copa do Mundo finalmente chegou.

- Não é mole. Se olhar, nos últimos dez anos os atacantes da seleção foram os melhores do mundo. Romário, Ronaldo, Careca... É uma posição que é muito cobrada. Você tem que sempre dar conta do recado. Mas eu me sinto preparado para tudo isso. Acho que tenho condições de dar alegria e ajudar a seleção na Copa. Batalhei muito para chegar até aqui. Fiz de tudo o possível para conquistar o meu espaço dentro da seleção. São dois anos de muitas alegrias, muitos gols, de quebras de tabu, de títulos.

Luís Fabiano disputou 36 partidas pela seleção brasileira e marcou 25 gols. Campeão da Copa América em 2004 e da Copa das Confederações em 2009, o atacante é o artilheiro da Era Dunga com 19 gols em 24 jogos. Ganhou até um rap embalado pela boa fase. A letra, o atacante sabe de cor. "Prazer eu sou Luis Fabiano / Faço Gol, meto gol e continuo lutando / Prazer, prazer sou Luis Fabiano / Faço Gol, meto gol e continuo lutando" .

sábado, 29 de maio de 2010

Do ataque para o gol: Gomes queria ser artilheiro, mas mudou 'profissão'

Goleiro reserva da seleção brasileira resolveu arriscar vestir a camisa 1 no futebol armador para deixar de ser reserva. Deu certo

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro


A história de Gomes no futebol começou na área, é verdade. Mas não como goleiro, posição que o consagrou no esporte, e sim lá na frente, como atacante. De artilheiro, porém, ele não tinha nada. Por isso foi recuado ao meio de campo. Após novo insucesso, outra mudança. Dessa vez para a zaga. Até que sem jeito para jogar na linha, ele resolveu espontaneamente assumir a camisa 1.

- Sempre pensei ser jogador de futebol. No início, porém, eu queria ser atacante, mas as coisas mudaram. Passei pelo meio-campo, pela zaga, até chegar ao gol – contou, rindo, o atual goleiro do Tottenham, da Inglaterra.

Personagem deste sábado na série de perfis que o Jornal Nacional está fazendo com os 23 jogadores que estão na África do Sul para tentar o hexa com a seleção brasileira, Gomes tem uma história curiosa. A infância foi pobre, sim, mas a sua determinação em se tornar jogador o impulsionou ao sucesso. Não à toa foi se arriscando que ele descobriu que o sangue de goleiro corria em suas veias.

- Teve um dia que nosso goleiro titular (no União Belo Vale, time amador de Minas Gerais) não foi ao jogo. E como eu ficaria no banco de reservas mesmo, pedi para jogar no lugar dele. Fui muito bem e depois fiquei melhor do que ele. A partir daí cada defesa que eu fazia me empolgava e fui vendo que eu tinha agilidade para a posição – relembrou o reserva de Julio Cesar na seleção brasileira.

Ao rebobinar a fita da vida de Gomes é possível perceber que essa determinação em brilhar nos gramados do mundo estava nele desde cedo.

- Nós não tínhamos condições de dar brinquedo, por isso era bolinha mesmo. Ele brincava de bola na fazendo, mas só nas horas vagas, porque eu queria que ele estudasse. Porém, ele sempre me dizia: ‘mãe, vou crescer, me tornar jogador de futebol, cuidar da senhora e do pai. Mas não só isso foi cumprido por ele. Teve muito mais – contou Dona Maria, mãe do goleiro brasileiro.

Lições do pai
Antônio Gomes Soares, pai de Gomes, morreu em julho de 2006, mas está seus ensinamentos estão eternizados na memória do goleiro. “Seo” Antônio era um exemplo para todos os 12 filhos, que sentem intensamente sua ausência até hoje, quase quatro anos depois de sua morte.

A Tríplice Coroa foi importante. Mas para mim a estreia como profissional marcou muito"
Gomes

- Meu pai sempre me disse que tinha orgulho de me ver como jogador de futebol, mas que não queria que eu fosse goleiro, porque era muito sofrido. Ele queria me ver lá na frente fazendo gol – lembrou Gomes, com os olhos marejados.

O chefe da família Gomes, por sinal, foi um dos responsáveis por plantar no goleiro tamanha determinação para alcançar os seus objetivos.

- Tudo que eu tenho hoje em minha personalidade e que pretendo passar aos meus filhos veio dele e da minha mãe. Passei mais fácil por todas as dificuldades que tive porque colocava na minha cabeça que ia conseguir de qualquer maneira. Minhas conquistas foram todas programadas por mim – discursou o jogador.

ARQUIVO PESSOAL DE GOMES
gomes bebê
Gomes ainda nenê, de chupeta na boca
gomes com amigos
Gomes e seus amigos em Minas Gerais
gomes com amigos na infância
Gomes e alguns dos seus irmãos
gomes, brasil x dinamarca
Gomes em ação pela seleção brasileira

Heurelho? Quem é esse?
Se alguém lhe propusesse uma brincadeira e pedisse para adivinhar o primeiro nome do goleiro Gomes, da seleção brasileira, as chances de acerto seriam bem reduzidas. Afinal, seu nome não é nada comum: Heurelho.

- Foi meu marido que escolheu. Eu nunca dei palpite, só aceitava – esquiva-se a mãe de Gomes, Dona Maria.

Ele sempre me dizia que iria crescer no futebol. E eu pensava que ele estava sonhando alto demais"
Dona Maria, mãe

Heurelho é a maneira como Gomes é conhecido na família até hoje. Em casa, ninguém o chama da maneira que ele é conhecido no esporte. Pelo contrário, todos fazem questão de chamá-lo pelo primeiro nome.

- O Heurelho era um menino dengoso, muito lindo. E continua assim até hoje, carinhoso com a família toda. Ele nos ajuda muito, tem um coração enorme e está sempre preocupado em dar o melhor para todos nós – falou a mãe.

Tamanha generosidade com a família foi retribuída com os títulos conquistados no futebol. Na época do Cruzeiro, o goleiro ganhou duas vezes o Campeonato Mineiro, uma vez a Copa do Brasil e outra o Campeonato Brasileiro. Na Europa, no PSV Eindhoven, ele levou quatro vezes o Holandês e uma a Copa do país.

- A Tríplice Coroa foi muito importante no Cruzeiro. Mas para mim a estreia como profissional, contra o São Paulo, em 2002, marcou bastante também. Fui muito bem, consegui parar Kaká e Luís Fabiano (os companheiros de seleção eram do Tricolor à época), ganhamos por 3 a 1 e a torcida gritou meu nome – falou Gomes.

Fazendo as malas
No dia da entrevista para o Jornal Nacional, Gomes já sabia que estava convocado por Dunga para disputar o Mundial da África do Sul. E por isso, a reportagem da TV Globo flagrou o momento em que ele preparava suas malas para viagem.

- Estou levando dez pares de luva, três pares de chuteira... Roupa eu levo pouca, porque praticamente não saímos e a CBF dá bastante coisa. Mas dessa vez eu vou levar umas camisas térmicas porque o frio na África do Sul – contou o goleiro.

Mas o que de mais valioso Gomes colocou na mala da viagem para a Copa do Mundo foi o terço que sua mãe, Maria, lhe deu. É o que vai protegê-lo em solo sul-africano e o acompanhar na luta rumo ao hexacampeonato mundial.

Gilberto, mais uma Copa pro Marreco homenagear sua heroína

O lateral, único jogador na Seleção de Dunga, além de Kaká, a marcar gol numa Copa, vai pro seu segundo Mundial dedicando o sucesso profissional à Dona Elenice, mãe dele.


Flutuam sobre a água. São aves da mesma família. Qual a diferença entre pato, ganso e marreco?

A seleção de Dunga já teve Pato. Pouco antes da convocação, houve um grande clamor por Ganso. Mas quem vai à Copa do Mundo? O Marreco, só o Marreco.

“Marreco, marreco, marreco e aí foi ficando”, diz o irmão Nidelson.

“Eu sou um dos marrecos também”, afirma o irmão Rodrigo.

“Isso se tornou já uma identificação da família, a família marreco”, diz Nidelson.

Dona Elenice tem seis filhos homens, seis jogadores profissionais de futebol. “Foi todo mundo, um atrás do outro, todo mundo queria seguir o mesmo caminho”, conta Rodrigo.

“Tem goleiro, tem centroavante, tem ponta-esquerda, tem meia-esquerda, tem lateral, tem lateral-direito”, lista Gilberto, lateral da seleção brasileira.

Nildeson fez carreira na América Central, dois jogam em Honduras. Nélio e Gilberto jogaram juntos pelo Flamengo, Rodrigo encerrou a carreira. O mais velho era o marreco.

“Acho que um olhando a trajetória do outro fez com que um fosse seguindo o outro”.

O apelido foi junto. “Não, esse é o marrequinho, esse é irmão do marreco, e foi pegando”, resume Gilberto.

Gilberto é o mais canarinho dos marrecos, vai para a segunda Copa. Aliás, de toda a Seleção, só ele e Kaká fizeram gol em Mundial. Na Copa da Alemanha, um chute cruzado na vitória sobre o Japão.

“Eu não sabia se corria pro banco, se comemorava sozinho, se ia pra torcida, passou um filme, em 15 segundos da minha vida toda”.

Rio de Janeiro, novembro de 1976. “A notícia chegou: ele tinha falecido”, lembra Dona Elenice.

O marido de Dona Elenice era policial militar. “E numa dessas batidas policiais, essas execuções no morro, meu pai acabou sendo baleado e acabou morrendo”, conta Gilberto.

“Aí, pronto, o mundo caiu”, afirma Dona Elenice.

“A gente pequeno, minha mãe com seis filhos, sem saber o que ia ser da gente”, diz Nildeson.

“Ainda teve gente que perguntava: ‘Você não quer dar ninguém?’. Eu falei: ‘Não, vou criar eles, tenho fé em Deus que eu vou criar’”, revela Dona Elenice.

Gilberto era um bebê de seis meses, caçula de seis. Os mais velhos tomavam conta da casa. “Minha mãe saía de casa meio-dia e só voltava 22h, 23h, porque ela trabalhava em companhia de limpeza”, lembra Nildeson.

“Orava, ia pro meu trabalho, ligava quando dava certa hora pra saber se estava tudo dentro de casa”, conta Dona Elenice.

Vivia do trabalho e da providência. “E ela ia lá todo dia lá pegar uma cesta básica. Na época achava que minha mãe era amiga do padre, que ela ia lá porque o padre estava dando aquela cesta básica, mas já era um momento que minha mãe não tinha condição de arcar com o alimento lá em casa”.

“A minha mãe foi uma guerreira, às vezes não tínhamos para comer. Não me envergonho. Minha mãe não gosta de dizer, mas muitas vezes minha mãe teve que pedir ajuda a pessoas porque não tinha nada dentro de casa”, emociona-se Nildeson.

Para ensinar os filhos, não precisou de ajuda. “Graças a Deus, tudo que eu faço hoje é pra minha mãe e pras minhas filhas”, afirma Gilberto.

O sucesso no Brasil levou Gilberto ao futebol alemão, depois ao inglês. Há um ano voltou para o Cruzeiro. É um dos mais jovens na família marreco; e o mais velho canarinho na África: 34 anos e mais uma Copa pra homenagear sua heroína, Dona Elenice.

“Tudo que sou, não tem como, devo tudo a minha mãe”.

Jogadores da seleção aproveitam folga para passear no shopping

Grupo formado por sete atletas brasileiros esteve em famoso centro comercial sul-africano para comprar eletrônicos e tomar sorvete

Por GLOBOESPORTE.COM Joanesburgo, África do Sul


Sete jogadores da seleção brasileira aproveitaram a tarde de folga para fazer compras em um shopping na Mandela Square, em Joanesburgo. Luís Fabiano, Elano, Gomes, Grafite, Doni, Felipe Melo e Gilberto Silva estiveram no local e obrigaram a segurança a fechar uma loja de eletrônicos para que os atletas pudessem fazer compras com tranquilidade. Eles também aproveitaram para tomar sorvete. Curiosamente, em entrevista concedida na quinta-feira, Dunga disse que havia gente que não gostava de sexo, sorvete e vinho, ao responder se, assim como Maradona, iria liberar sexo e chocolate na concentração.

Luis fabiano e elano, seleção vai a sorveteriaLuis Fabiano, Elano e o sorvete: momento de lazer da seleção (Foto: Eduardo Nicolau/Agência Estado)

Além dos jogadores, o chefe da delegação da seleção brasileira e presidente do Corinthians, Andrés Sanches, também estava no local, acompanhado da assessoria de imprensa da CBF.

Luis fabiano e elano, seleção vai a sorveteriaOs jogadores da seleção caminham no shopping
(Foto: Eduardo Nicolau/Agência Estado)

O tour escolhido por esse grupo no shopping foi o mesmo realizado no ano passado, quando a seleção brasileira esteve na África do Sul para a disputa da Copa das Confederações. Mais tarde, o Brasil seria campeão do torneio ao vencer os Estados Unidos na decisão.

Enquanto alguns passeavam pelo shopping, o trio Julio Cesar, Julio Baptista e Kaká jogava golfe em um dos campos do Randpark, complexo que abriga também hotel onde está hospedada a seleção brasileira.

Os jogadores que optaram por deixar a concentração no período livre voltaram ao hotel por volta das 19h locais, período previsto inicialmente na programação para o retorno. A CBF, no entanto, informou que os atletas estavam liberados até as 22h.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Petkovic acerta renovação de contrato com o Flamengo

Advogado do sérvio deve retirar ação na Justiça. Com isso, o jogador fica na Gávea até dezembro de 2011

Por Rodrigo Benchimol Rio de Janeiro


Petkovic, treino do flamengoPet no treino do Fla (Foto: Márcia Feitosa/Vipcomm)

Depois de capítulos contraditórios, Petkovic, enfim, renovou com o Flamengo. A diretoria almoçou com o jogador e seu empresário, na tarde desta sexta-feira, e deixou praticamente sacramentada a permanência dele até dezembro de 2011 na Gávea. Por conta do acerto, o advogado do sérvio deve retirar a ação que movia contra o clube na Justiça.

Esse era o principal empecilho para que a renovação acontecesse. Afinal, o Rubro-Negro poderia ter uma quantia significativa das suas receitas penhorada por não ter cumprido o acordo firmado no retorno de Pet à Gávea, em 2009. Nele ficava determinado o parcelamento dos cerca de R$ 16 milhões que o clube deve ao atleta.

Pelo novo contrato, Petkovic, que está com 37 anos, terá um aumento de 50% no salário. Ele continuará recebendo as parcelas pela dívida normalmente.

- Quando saí da reunião, estava 90% fechado. Seria isso (retirada da ação). Estavam lá fazendo umas contas para saber como ficaria a situação - confirmou o vice de futebol, Hélio Ferraz.

Julio Cesar ataca bola da Copa: 'Parece com as de mercado'

Goleiro reprova produto oficial do Mundial da África do Sul: 'Horrorosa'

Por Daniel Lessa e Leandro Canônico Direto de Joanesburgo, África do Sul


Acostumado a defender, Julio Cesar partiu para o ataque e elegeu seu primeiro inimigo na África do Sul: a bola da Copa do Mundo. A Jabulani, nome oficial do produto feito pela Adidas e vendido por cerca de R$ 400 no Brasil, foi definida simplesmente como horrorosa pelo goleiro após o treino com bola realizado na Randburg High School, em Joanesburgo.

- A bola da Copa é horrível, horrorosa. Parece com aquelas bolas que você compra em supermercado – declarou o goleiro na coletiva desta sexta-feira.

O camisa 1 da seleção disse ainda que o futebol está sempre mudando para beneficiar quem ataca. Ou seja, para ele o goleiro sempre se dá mal no fim.

- Todo mundo quer ver gol. Aí a bola muda, tem gente que vai bater pênalti e dá salto mortal, cambalhota... Sem contar a barreira, que o adversário põe três jogadores de cada lado para atrapalhar o goleiro. A falta já favorece o outro time, ainda fazem isso... Mas quem mandou escolher essa profissão - reclamou, ainda que de bom humor.

Ainda no início da preparação da seleção brasileira para o Mundial, no CT do Caju, em Curitiba, o atacante Nilmar já havia comentado sobre o que os goleiros estavam achando da Jabulani. Para ele, no entanto, a bola é boa.

- Para os atacantes a bola é boa, rápida, mas os goleiros não gostaram muito não – comentou o jogador do espanhol Villarreal.

A bola da Copa é horrível, horrorosa"
Julio Cesar

Como não é possível mudar a bola da Copa do Mundo, Julio Cesar e os outros goleiros da seleção brasileira, Gomes e Doni, vão ter de se adpatar. E para ajudar nisso estará o preparador de goleiros do Brasil, Wendel Ramalho.

- O problema é no chute mesmo, na trajetória. Mas se dá um jeito – simplificou.

A seleção brasileira volta a treinar na tarde desta sexta-feira, no parque de golfe em que fica a concentração, mas apenas fisicamente.

CONFIRA ABAIXO INFOGRÁFICO COM A EVOLUÇÃO DAS BOLAS DA COPA

Após treino técnico forte, seleção apenas corre em campo de golfe

Primeiro treinamento do dia havia sido de duas horas, bem puxado. Agora, somente um leve treinamento físico de meia hora

Por GLOBOESPORTE.COM Direto de Joanesburgo, África do Sul


Pela manhã, um treino puxado. À tarde, apenas uma corridinha. Assim a seleção brasileira encerrou agora, às 12h de Brasília, suas atividades nesta sexta-feira. Por meia hora, os jogadores correram em um dos campos de golfe anexos ao hotel onde está concentrada a delegação verde e amarela.

A aproximadamente 200 metros de distância estavam os fotógrafos e câmeras tentando a melhor imagem das estrelas do Brasil. Mas quem se divertiu mesmo com esses profissionais forma alguns curiosos que passavam por dentro do clube de golfe. Eles ficavam pedindo para ver os atletas através da máquina.

Agora, o grupo volta a treinar na manhã deste sábado, na Randburg High School. O campo do local, aliás, ficou bem castigado depois do treinamento de quinta-feira. Algo que a empresa responsável por ele pretendia melhorar a tempo do próximo treinamento.

Confiante, Julio Cesar diz: ‘Se igualar na pegada, não tem para ninguém’

Goleiro da seleção brasileira mostra confiança às vésperas do Mundial

Por Daniel Lessa e Leandro Canônico Direto de Joanesburgo, África do Sul


Julio Cesar na coletiva da seleção brasileiraJulio Cesar sorri, com Gomes ao fundo
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)

Campeão da Liga dos Campeões com o Inter de Milão, no último dia 22 de maio, o goleiro Julio Cesar mostra muita confiança em seu discurso, agora como jogador da seleção brasileira. Nesta sexta-feira, quando foi dar sua primeira entrevista coletiva em Joanesburgo, na África do Sul, ele colocou o Brasil em um patamar superior.

- A Copa do Mundo tem grandes seleções, com ótimos atacantes, mas eu vou confiar sempre na nossa seleção. É nela que temos os melhores do mundo. Eu quero ver o Robinho, o Luís Fabiano, o Nilmar e o Grafite brilhando. E se igualarmos na pegada, não tem para ninguém – afirmou o camisa 1.

Terceiro goleiro na Copa do Mundo de 2006, Julio Cesar é agora titular absoluto da seleção brasileira. E mais: é considerado ao lado de estrelas como Kaká, Robinho e Luís Fabiano, um dos principais jogadores do time de Dunga. Rótulo que ele não aceita. Ou melhor, faz questão de rechaçar.

A Copa do Mundo tem grandes seleções, com ótimos atacantes, mas eu vou confiar sempre na nossa seleção"
Julio Cesar

- O futebol é resultado. E venho tendo uma ascensão grande pelos títulos que conquistei. Mas eu procuro sempre estar com os pés no chão. E se me chamarem de melhor goleiro do mundo, não vou acreditar. No futebol, hoje eu posso ser o melhor do mundo, mas amanhã posso ser o pior – completou o goleiro brasileiro.

Como se apresentou depois do restante dos jogadores por conta da final da Liga dos Campeões, Julio Cesar dosou o seu treinamento nesta sexta-feira. Mas agora ficou devendo um exercício para os reservas Gomes e Doni.

- Eu pedi ao Wendel (Ramalho, preparador de goleiros) para dar uma segurada, porque como minha temporada terminou mais tarde, eu fiquei com a perna um pouco pesada. Até estou devendo um exercício a ele, Gomes e Doni – brincou.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Michel Bastos supera drama de família para brilhar na seleção

Lateral-esquerdo perdeu o irmão gêmeo aos 4 anos. Jornal Nacional exibe série especial com os jogadores convocados para a Copa do Mundo

Por GLOBOESPORTE.COM Direto de Joanesburgo, África do Sul

Memória de Craque, Michel BastosO lateral-esquerdo pensa no irmão como um anjo
da guarda (Foto: globoesporte.com)

No braço direito, a homenagem. Uma tatuagem com o nome do irmão gêmeo, Daniel, morto em um atropelamento. Michel Bastos tinha 4 anos e presenciou a cena. Os dois brincavam na rua na hora da tragédia. A ferida demorou a cicatrizar. Não só no lateral-esquerdo, mas em toda a família.

- A gente vivia em um apartamento. E eu saí para passear com eles. Estava em frente ao prédio. E uma amiga parou para conversar comigo. Eles foram para o outro lado para brincar. E do nada apareceu o carro do vizinho. O Daniel desceu a calçada e saiu correndo para a rua. Do nada. Tudo mudou. Passamos por uma crise. Não há dor maior no mundo do que perder um filho. Para o Michel não foi fácil. Eles não precisavam de outras crianças para brincar. Eles só brincavam entre si. Tenho certeza de que até hoje o irmão está sempre com ele. Ele não conseguiu esquecer - lembra, emocionada, Elizabete Fernades, mãe de Michel Bastos.

A morte abalou o pai Argeu Madruga Bastos. Jogador do Brasil de Pelotas, ele resolveu largar a carreira. Quase entrou em depressão.

- Foi da noite para o dia. Não teve algo de se preparar. E aí eu passei um momento muito difícil. Então eu optei por parar. E graças a Deus hoje tenho o maior orgulho de dizer que o Michel é hoje tudo aquilo que eu tentei ser um dia. Ele é uma parte de mim que foi embora. E onde ele está, ele está torcendo pelo irmão. Porque o Michel tem uma estrela muito grande. Todas as dificuldades que o irmão enfrentou ele consegue forças para superar.

Michel Bastos pensa no irmão como um anjo da guarda. Foi difícil superar o trauma.

- Tinha apenas 4 anos e presenciei tudo. Vi a hora em que meu irmão foi atropelado. Marcou muito minha vida. Até tatuei o nome dele no meu braço. Nós éramos gêmoes e isso ficou marcado, mas hoje já superei. Eu mais do que os meus pais, que se culparam muito por isso. Ficou uma coisa marcada na nossa família, mas hoje em dia acho que de onde esle estiver ele está contente pelo que estou fazendo. Muito da minha conquista eu penso nele. Eu digo que todo mundo tem um anjo da guarda, e acho que o meu é ele.

Aos 26 anos, Michel Bastos vive o melhor momento da carreira. Vai disputar a primeira Copa do Mundo após ter jogado apenas três partidas pela seleção brasileira. O lateral do Lyon é o 14ª personagem da série de reportagens especiais do Jornal Nacional sobre os convocados pelo técnico Dunga.

Nome em homenagem a Michel Platini

Peço a Deus para ele para estar perto, para dar saúde a minha família, meu filho, minha esposa. Oro bastante, penso muito mesmo, até porque acredito que ele esteja presenciando esse momento da minha vida. Ele vai ficar na minha vida para sempre"
Michel Bastos

Quando soube que sua mulher estava grávida de gêmeos, Argeu não titubeou: ao registrar as crianças colocaria nelas nomes de jogadores que marcaram a história do futebol. E também que estavam fortes em sua memória. A escolha, então, foi homenagear o francês Michel Platini e o argentino Daniel Passarella.

- Os nomes dos meus filhos foram em homenagem ao Michel Platini e ao Daniel Passarella. Fui muito fã dos dois – explicou o lateral-esquerdo da seleção brasileira.

A intenção de Seu Argeu já era iniciar a preparação para que seus filhos se tornassem jogadores. Deu certo apenas com Michel Bastos, já que Daniel morreu tragicamente.

- Eu sempre quis que meus filhos fossem jogadores, mas nunca forcei nada. As coisas, no caso do Michel, aconteceram naturalmente. No começo, na verdade, eu não entendia direito o que estava acontecendo. Todos me diziam que eu tinha um cheque em branco. Depois vi que ele tinha mesmo potencial – falou Argeu.

Apesar de recordar com carinho da vitória do filho no futebol, o pai de Michel Bastos relembra também o momento mais complicado na trajetória do garoto.

- O momento mais difícil da carreira dele foi no Grêmio. Acharam uma cerveja na concentração e colocaram a culpa nele. Eu disse a ele que se fosse culpado, era para assumir, mas ele me garantiu não tinha sido ele, que como era o mais novo no elenco (tinha 19 anos) serviu de bode expiatório – acrescentou o pai de Michel.

Se a perda do irmão foi um baque, a dificuldade financeira não dava descanso aos seus pais. A mãe chegou a preparar jantares para conseguir manter o filho no futebol. Mas se faltava dinheiro, sobrava amor e trabalho, em proporções parecidas. Ainda assim, lembrar dos tempos em que moravam na humilde casinha em Pelotas ainda arranca lágrimas dos olhos de sua irmã.

- Fome a gente nunca passou. Porque a minha mãe e o meu pai trabalharam muito. Mas olho para trás e vejo que a gente sempre foi muito feliz - disse Thaís, com lágrimas nos olhos.

Se os parentes choram, Michel sorri ao lembrar do passado, que de triste, na sua opinião, não teve nada. Cansado de pegar o pai de surpresa ao pedir um ou dois reais para comprar algo, o lateral resolveu pegar no batente. O primeiro emprego foi como ajudante de pedreiro, e o destino do primeiro salário foi um pão com mortadela e um copo de guaraná.

- Essa história de pedreiro meu pai e minha mãe sempre contam, até porque o primeiro dinheiro que peguei quando fui fazer um trabalho, fui dar para o meu pai e ele falou: 'Não, esse seu peimeiro dinheirinho você guarda'. Todo mundo fala disso. É uma lembrança muito boa, até por que fico grato de saber que meus pais dão valor a isso - relembrou.

ARQUIVO PESSOAL DE MICHEL BASTOS
memória de craque - michel bastos
Elizabete ao lado dos gêmeos Daniel e Michel
memória de craque - michel bastos
Michel Bastos no primeiro ano de vida
memória de craque - michel bastos
Os irmãos Bastos na infância
memória de craque - michel bastos
Cara alegre de Michel Bastos na foto da escola
memória de craque - michel bastos
Brincando ao lado dos irmãos
memória de craque - michel bastos
Michel Bastos faz pose para tirar a foto


Michel Bastos não é o único jogador da família. A irmã Jéssica, de 16 anos, sempre gostou de atuar nos campinhos de pelada e acabou iniciando a carreira no mesmo clube que lançou o lateral-esquerdo: o Pelotas. Segundo ela, o jogador do Lyon, da França, e da seleção brasileira serve de inspiração.

- Desde pequena, eu sempre joguei no colégio. A partir daí, o futebol virou a minha paixão. Claro que o meu espelho é o Michel e quero chegar à seleção como ele chegou – disse Jéssica.

Ao ser questionada sobre a semelhança de seu futebol com o do irmão famoso, Jéssica afirmou que Michel Bastos é melhor com a bola nos pés, principalmente pela diferença de posição. A menina contou ainda que os pais não aprovavam a sua decisão de ser jogadora.

- A minha mãe não aceitava muito. No fim, ela deixou eu ser jogadora porque eu queria correr atrás do meu sonho. O Michel sempre me apoiou. Quero seguir os passos dele – disse Jéssica, que viu o irmão também iniciar a carreira no Pelotas.

Apoio para Jéssica. Briga com Thais. Nos tempos de garoto, Michel era ciumento. A mais nova da família Bastos revelou que já teve problemas com o irmão por conta disso.

- Eu tinha uma prima que morava conosco e eu vivia com ela. Nós éramos muito jovens. Muito ciumento, ele corria atrás dela gritando: “eu vou te matar” – contou Thais.

memória de craque - michel bastosMichel Bastos no colo do pai (Foto: Arquivo Pessoal)

Dos tempos no Colégio Sagrado Coração de Jesus, Michel guarda mais lembranças dos jogos na quadra dos fundos do que das provas em sala de aula. Ele não esconde que "nunca foi muito assim de escola", mas garante ter passado bons momentos com os colegas de classe e de peladas da Praça do Porto, palco de seus primeiros passos rumo à seleção brasileira.

- Foi lá onde tudo começou, desde pequenininho com meus primos e meus amigos. O campinho existe até hoje. Agora, como porofissional, vejo como foi difícil, por que é um campinho pequenininho, cheio de buracos, mas era ali que eu jogava minhas peladas, fazia minhas brincadeiras. Foi bem legal. Tenho boas lembranças - disse.

Se a escola não fez de Michel um médico, advogado ou engenheiro, serviu para que ele prometesse para os professores que um dia iria receber a maior honra para um jogador brasileiro, vestir a tão sonhada camisa amarelinha.

- Desde pequeno eu falava que o meu sonho era jogar na seleção brasileira. Hoje tenho essa oportunidade e acho que sou realizado por isso. Chegar à seleção brasileira é o ápice da carreira de um jogador. Estou realizando o meu sonho, o sonho dos meus pais, da minha esposa, do meu filho. Seleção brasileira é tudo - comentou.

De tanto jogar as peladas do bairro, o talento de Michel foi despertando as atenções. Já com dez anos, Michel era chamada de “cheque em branco” pelos amigos da família. O talento dele era visível.

Além de “cheque em branco”, o jogador tinha outros dois apelidos na infância. As irmãs costumavam chamar Bastos de “Mano”. Tudo por conta da super proteção que ele sempre deu às mais novas Jéssica e Thais.

- Ele sempre foi de conversar com as irmãs, de ajudar. Sempre foi um ótimo irmão, pronto para ouvir os outros – contou Natália.

O outro apelido de Michel Bastos foi dado pelo pai. Assim como o lateral-esquerdo da seleção brasileira, Argeu também atuou como profissional. Ao ser questionado sobre quem era o melhor, o patriarca da família não pensou duas vezes.

- Na minha época, eu era mais marcador. Não é ser coruja, mas o Michel é habilidoso e está aprendendo a marcar. Eu sabia marcar e ele sabe preparar uma bola. Eu chamo o Michel de mordomo internacional – contou o pai do jogador.

memória de craque - michel bastos
Michel ao lado do filho Lucas e da esposa Letícia
memória de craque - michel bastos
Com uma camisa do Corinthians na adolescência
memória de craque - michel bastos
Michel Bastos brinca com o filho Lucas na neve
memória de craque - michel bastos
Na praia com o filho Lucas e o amigo
memória de craque - michel bastos
Ao lado da esposa e do filho, o jogador se diverte
memória de craque - michel bastos
Michel Bastos e a família


Aos 13 anos, a tia Neusa e o primo Cleber levaram Michel para uma peneira no Internacional. Eram mais de 500 meninos sendo avaliados. Apenas três foram selecionados. Michel Bastos estava entre eles. Mas como o clube gaúcho não oferecia alojamento, os pais decidiram levá-lo para o Pelotas Futebol Clube. Lá, ele deixa o meio e passa a jogar na lateral esquerda. Em 2001, atua pela primeira vez como profissional. Era o começo de uma carreira vencedora.

Seleção brasileira realiza primeira atividade na África do Sul

Após viagem de mais de oito horas, jogadores correm no campo de golfe ao lado do hotel onde a delegação está hospedada, em Joanesburgo

Por GLOBOESPORTE.COM Direto de Joanesburgo, África do Sul


Os jogadores da seleção brasileira fizeram um treino leve no fim da tarde desta quinta-feira, horário da África do Sul. Após a desgastante viagem de Brasília para Joanesburgo, que durou pouco mais de oito horas, os atletas deram voltas em torno do gramado do campo de golfe localizado ao lado do hotel onde a delegação está hospedada.

A atividade foi comandada pelos preparadores físicos Paulo Paixão e Fábio Marseredjian e durou cerca de 30 minutos. Na parte da manhã, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Lúcio se juntaram à delegação em Joanesburgo. Com o grupo completo, a expectativa é que o técnico Dunga comece a projetar a equipe para a estreia na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte, no dia 15 de junho, nos treinos dos próximos dias.

Nesta sexta-feira, o treinador vai comandar atividades em tempo integral. Na parte da manhã, o treino vai começar às 9h. À tarde, o trabalho está programado para as 15h30m.

Na África do Sul, Dunga diz que sexo está liberado nos dias de folga

Questionado sobre a autorização que os argentinos terão, o brasileiro deu a sua versão. E, diferentemente de Maradona, prometeu só trabalho

Por Marcos Felipe Direto de Joanesburgo, África do Sul


Dunga e Jorginho na coletiva da seleção brasileiraDunga e Jorginho na coletiva da seleção brasileira
(Foto: Marcos Felipe / GLOBOESPORTE.COM)

Sete horas depois de pisar em solo sul-africano, o técnico Dunga concedeu a sua primeira entrevista coletiva no país da Copa do Mundo. No hotel onde o Brasil está concentrado, o treinador falou das impressões que teve ao chegar à África do Sul. E sorriu ao ser questionado sobre as comparações com os argentinos. Maradona prometeu ficar pelado caso seja campeão e liberou o sexo para os seus atletas.

- Nem todo mundo gosta de sexo, de tomar vinho ou sorvete... Mas na folga cada um faz o que quiser. Não temos de respeitar as individualidades quando estamos concentrados na seleção. Não tenho promessa. Promessa é trabalhar e deixar as coisas correrem naturalmente.

Acompanhe os principais tópicos da entrevista de Dunga:

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES
“As condições melhoraram muito em relação ao que encontramos na Copa das Confederações (no ano passado). Sabemos da motivação de trabalhar numa Copa do Mundo e estamos muito motivados para buscarmos o nosso objetivo. Neste momento notamos a motivação e a alegria de estarmos aqui. Quando chegar mais perto da estreia vai ter aquela ansiedade de jogar, o que é normal. Mas, por enquanto, é a alegria de estar aqui.”

OBJETIVOS À FRENTE DA SELEÇÃO
“Na vida temos vários objetivos. O nosso primeiro já foi alcançando, que foi conseguir resgatar o desejo de vestir a camisa da seleção. Quando chegamos tinha muito pedido de dispensa. Hoje todos querem estar aqui. Tem lobby de jogador, de empresário, de assessor... Agora temos consciência de que o próximo objetivo é o que vale, que é ganhar a Copa”

TRABALHO PSICOLÓGICO
“A parte psicológica vai ser no automático. Você acha que um psicólogo em 30 minutos vai colocar alguma coisa na cabeça de alguém que sofreu a vida inteira? Isso precisa ser feito no dia a dia. Todos eles (jogadores) conquistaram o direito de estar aqui e estão aqui. Eles são capazes e não se deixam influenciar pelo que as pessoas falam. Temos de reforçar a confiança neles. Temos de arriscar jogadas. Temos de passar confiança.”

COMPARAÇÃO COM A SELEÇÃO DE 1994
“Eu acho difícil encontrar aquele ambiente. Acho que vai ser difícil encontrar aquele ambiente como o de 94. Era muita pressão. Mas quanto ao espírito, vontade e alegria, esse grupo se assemelha muito àquele. Essa vontade de jogar pela seleção. Todos lutando por um lugar na equipe, mas com respeito e admiração por quem está jogando.”

KAKÁ PRONTO PARA JOGAR?
“O Kaká vai continuar trabalhando como ele vem trabalhando desde que se apresentou. Nem sempre o jogador que está na fisioterapia está cuidando de lesão. Às vezes ele está bem e apenas fazendo reforço muscular. Tanto o Kaká como o Luis Fabiano já passaram a trabalhar com o Rosan (Luiz Alberto Rosan, fisioterapeuta) e estão no reforço. O Kaká está treinando normalmente. Ele treinou quarta-feira de manhã sozinho e vai dar continuidade. Como ele ficou um bom tempo sem treinar, é normal que ele não esteja na mesma condição que os demais. Mas a gente vai dosando.”

KAKÁ NOS AMISTOSOS?
“O amistoso a gente vai observando a evolução dos jogadores a cada dia. Aí vamos aumentando o volume de trabalho se ele estiver se sentindo bem. Mas ele vai estar pronto para a estréia”



Fifa e Comitê Organizador declaram 'guerra' às vuvuzelas nos estádios

Danny Jordaan e Jérôme Valcke pedem que torcida sul-africana 'mude cultura' e faça mais silêncio, além de chegar mais cedo aos jogos

Por Thiago Dias Direto de Joanesburgo, África do Sul


De forma sutil e sem citar o nome das cornetas, a Fifa e o Comitê Organizador da Copa do Mundo mandaram um aviso claro nesta quinta-feira, durante evento no Ellis Park: símbolo da torcida sul-africana, o barulho da vuvuzela não será bem-vindo nos estádios durante o torneio.

torcida áfrica do sul vuvuzelasAs vuvuzelas serão uma das marcas dessa Copa, mas os organizadores não gostam muito (Foto: Reuters)

Diretor-executivo do comitê, Danny Jordaan pediu para os torcedores diminuírem o volume do som nas partidas, entre os dias 11 de junho e 11 de julho. No ano passado, houve reclamação oficial à Fifa de redes de televisão e seleções sobre o barulho, que atrapalha a comunicação no gramado e as transmissões internacionais.

Há muito barulho no estádio, e isso é um problema"
Danny Jordaan

Segundo Danny Jordaan, o primeiro grande teste para “mudar a cultura” da torcida local será na noite desta quinta, quando mais de 70 mil pessoas irão ao Soccer City, em Joanesburgo, para o amistoso entre África do Sul e Colômbia. Apesar da mensagem dada, os dois dirigentes não falaram diretamente das vuvuzelas.

- Há muito barulho no estádio, e isso é um problema. Isso é um assunto a ser discutido e queremos ver hoje (quinta) à noite. Quando há anúncios importantes, quando o presidente fala, todos devem ser capazes de ouvir. Pedimos essa disciplina. Quando os hinos nacionais são tocados, as pessoas devem respeitar. Não podemos ter muito barulho nos hinos - disse Jordaan.

Questionado sobre o assunto na entrevista coletiva, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que espera estádios mais silenciosos, mas fugiu da resposta e passou o tema para Jordaan. Após o evento, o GLOBOESPORTE.COM perguntou a Valcke se houve alguma reclamação oficial à Fifa sobre as vuvuzelas:

- Houve na Copa das Confederações e ficou claro que temos que trabalhar nisso - disse o secretário-geral.

Houve (reclamação) na Copa das Confederações e ficou claro que temos que trabalhar nisso"
Jérôme Valcke

Jordaan evitou reclamar diretamente sobre as vuvuzelas. Para o diretor-executivo do Comitê, o problema é o barulho em geral:

- Por exemplo, se há uma ordem para evacuar o estádio, todos têm que ouvir. Se há um hino, ele deve ser respeitado. Hoje (quinta) teremos um estádio cheio e vamos ver o volume do barulho. Temos que ver se vai interferir em toda a operação, depois teremos respostas da segurança, da organização. As pessoas têm que poder conversar na arquibancada.

A dupla também pediu outra mudança ao público local: chegar com antecedência aos jogos. O principal problema é o trânsito, que fez até a estreia oficial do Soccer City, no último sábado, ser atrasada em 30 minutos na final da Nedbank Cup.

- Hoje (quinta) vamos testar um planejamento novo no trânsito e sei que tudo dará certo na Copa - concluiu Valcke.

 vuvuzela, esculturasEm Joanesburgo existem até esculturas, como esta, de vuvuzelas (Foto: Thiago Dias / Globoesporte.com)

Kleberson, o jogador que só conhece vitória em Copa do Mundo

Após ser pentacampeão mundial em 2002, Kleberson sofreu com lesões, mas brilhou novamente pelo Flamengo e vai à África do Sul.


“Eu nasci com bola, só que não ganhei dinheiro com bola”, conta o pai Paulo.

Paulo é auxiliar técnico em um time de base, mas queria ser jogador. “Tentei bastante”, conta.

“Aí, quando veio o primeiro filho homem, falei: ‘É esse’”, lembra.

“Antes de nascer ele falava sabe: ‘Esse aqui vai seguir a carreira que o pai não teve oportunidade’”, diz a mãe Maria Pereira.

Kleberson é o caçula. Na infância, pai, mãe, duas irmãs e futebol. Patrícia é a irmã do meio: “Eu era ponta direita”, diz. Vanusa é irmã mais velha: “Acho que eu fui assim a menor goleira do mundo, 1m55”, brinca.

Dona Maria: “Eu era técnica do time e ele era meu ajudante”, conta a mãe.

“Minha mãe era, digamos, uma Felipona né?”, conta o Kleberson.

Com a benção da Felipona, de seu Paulo e das irmãs futebolistas, Kleberson se destacava no futsal, em Ibiporã, no norte do Paraná, mas queria o futebol de campo. Já tinha 17 anos e resolveu se profissionalizar no futsal mesmo.

“Na época, eu ia ganhar R$ 580, R$ 600, era muito bom pra mim né?”, lembra o jogador.

Mas naquele mesmo dia, horas antes de assinar contrato para jogar futsal, uma ligação do Atlético-PR mudou a vida dele. Em poucos meses, já estava no time profissional.

“Foi uma explosão muito grande essa. As coisas aconteceram muito muito rápido”, diz Kleberson.

O Atlético-PR foi campeão brasileiro em 2001. “Aí começou, aí foi cada vez subindo mais”, conta o jogador.

Decolou e logo veio a convocação para a seleção brasileira, do Brasil para o outro lado do mundo: a Copa na Ásia. E de lá, Europa, um grande contrato na Inglaterra.

“Fui o primeiro brasileiro a jogar no Manchester, a fazer um gol com a camiseta do Manchester”, orgulha-se o craque.

Na chegada ao milionário clube inglês, foi apresentado ao lado de um promissor atacante português. Naquele momento, o cara era Kleberson.

“Quando cheguei com o Cristiano Ronaldo, muito se falava do Kleberson. E o Cristiano era uma aposta, porque era bem mais novo do que eu né?”, diz.

Mas foram muitas lesões no Manchester. Ele foi vendido ao Besiktas, da Turquia e o campeão mundial já não tinha aquele prestígio. “Foram cinco anos fora do Brasil e longe da Seleção também”, observa.

Decidiu voltar ao Brasil: o Flamengo foi campeão brasileiro e o Kleberson para a Seleção. Para uma outra Copa do Mundo. Naquela, no Japão, se destacou na final contra a Alemanha.

“Ah, aquela bola na trave né? Meu Deus, naquela final, gente, aquilo lá ficou gravado para gente, meu Deus se aquela bola entra”, lembra a irmã Patrícia.

“Se eu fechar o olho parece que eu estou vendo aquela, sabe...”, imagina a mãe. Aquela maravilha de passe.

O caçula de dona Felipona: “Eu punha as meninas para correr atrás dele e ele driblava pra lá, driblava pra cá”, conta.

Kleberson não conhece nem empate em Copa do Mundo. Que assim seja daqui a alguns dias.

Seleção já está no país da Copa

Delegação brasileira é a segunda a desembarcar na África do Sul

Por João Paulo Garschagen, Marcos Felipe e Thiago Lavinas Direto de Joanesburgo, África do Sul


Uma hora antes do previsto, por volta das 2h10m desta quinta-feira (no horário de Brasília, 7h10m locais), a seleção brasileira desembarcou em Joanesburgo, África do Sul, para a disputa da Copa do Mundo. Em voo tranquilo, de aproximadamente oito horas e meia, o avião foi imediatamente cercado por policiais fortemente armados. A equipe do Brasil é a segunda participante do Mundial a chegar à África do Sul, já que nesta quarta-feira os australianos foram os primeiros. Assista ao vídeo ao lado.

O voo não enfrentou qualquer turbulência e a maioria dos jogadores dormiu durante a viagem. Em Joanesburgo, o clima era agradável com sol e temperatura de aproximadamente 13 graus. Os atletas e o técnico Dunga não falaram com a imprensa e foram direto para o hotel, por volta de 7h40m locais (2h40m de Brasília). Ainda não está confirmado se haverá treino nesta quinta-feira.

Gilberto, Juan, Elano e RObinho, do BRasil, desembarcam em  Joanesburgo, África do sulOs jogadores do Brasil na pista do aeroporto de Joanesburgo, na África do Sul (Foto: Reuters)

Clique aqui e confira o vídeo motivacional mostrado aos jogadores durante o voo

Assim que deixou o avião, o time foi para o ônibus, onde aguardou o zagueiro e capitão Lucio e o lateral-direito Maicon, ambos do Internazionale de Milão. Os dois viajaram direto da Itália para a África do Sul e chegaram cerca de 15 minutos após os companheiros entrarem no veículo, que ainda não é o oficial que a seleção usará durante a Copa, com a frase 'Lotado! O Brasil inteiro está aqui dentro!'.

Maicon e lucio se encontram com membro da comissão técnica do  BrasilMaicon, que viajou com Lúcio direto da Itália, encontra
a delegação brasileira na África do Sul (Foto: Reuters)

A delegação foi recebida por Irvin Khoza, do comitê organizador da Copa do Mundo, que se mostrou bastante impressionando com a concentração dos brasileiros.

- A única coisa que o Dunga falou foi “nós estamos prontos”. Eles chegaram muito confiantes.

No hotel Fairway, jornalistas, seguranças da empresa Piranha Security, policiais e poucos torcedores aguardavam a chegada da seleção, o que ocorreu pouco depois das 9h locais (4h de Brasília). Na hora em que o ônibus passou pelo portão houve gritaria, principalmente das torcedoras presentes.

O que chamou a atenção foi o fato de o local ainda estar em obras, com operários trabalhando. Poucos minutos antes de a delegação brasileira chegar foram colocadas duas bandeiras do Brasil na entrada, mas de cabeça para baixo. Avisados pelos jornalistas, os funcionários consertaram o erro.

Segundo o diretor de marketing do Fairway, Leon Bosch, dois pontos principais foram frisados pela CBF:

- A seleção pediu muita privacidade e segurança. Também pediu que não houvesse nenhum evento especial de recepção, porque chegariam muito cansados.

fãs cercam ônibis do brasil em  Joanesburgo, África do sulFãs cercam o ônibus do Brasil na chegada ao hotel (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)

Argentina e Dinamarca são os próximos a chegar

Três seleções já estão na África do Sul: além dos anfitriões, os brasileiros e os australianos. Os próximos que desembarcarão no país da Copa do Mundo são Argentina e Dinamarca, neste sábado. Confira abaixo a previsão de chegada das demais equipes:

29/5 - Dinamarca e Argentina
31/5 - Estados Unidos
1/6 - Coreia do Norte
3/6 - Inglaterra e Paraguai
4/6 - México e Chile
5/6 - França, Uruguai, Coreia do Sul e Nigéria
6/6 - Japão, Holanda, Portugal, Nova Zelândia, Grécia e Argélia
7/6 - Alemanha, Gana e Eslovênia
8/6 - Sérvia
9/6 - Camarões, Itália, Honduras e Eslováquia
10/6 - Costa do Marfim e Suíça
11/6 - Espanha

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Seleção segue para a África do Sul com o apoio dos torcedores

Voo fretado que leva a seleção tem mensagens de incentivo para os jogadores

Por Thiago Lavinas Direto de Curitiba


A seleção brasileira está a caminho da terra da Copa do Mundo. O voo fretado que leva a delegação já saiu de Brasília após o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a previsão de chegada em Joanesburgo, na África do Sul, é para às 3 horas da madrugada (horário de Brasília).

Avião da seleção brasileiraAvião da seleção vai para a África do Sul com mensagens de apoio da torcida (Foto: Agência Estado)

Os jogadores estão viajando em poltronas confortáveis, de primeira classe, com um clima bem positivo. Momentos antes do embarque, eles acompanharam um vídeo com depoimentos de incentivo de torcedores brasileiros. Além disso, o avião foi pintado com 118 mensagens de apoio de fãs de diversos lugares do país.

Abaixo, algumas das mensagens que foram gravadas no avião que leva o Brasil para a Copa do Mundo:

“Sempre estaremos juntos com vocês! Vamos Brasil, rumo ao hexa!!!”
Daniel Popp – São Paulo SP

“Número de passageiros: 192 milhões de brasileiros. Destino: ser
campeão. Pra cima deles, Brasil!”
Gabriel Viegas Santos – Três Lagoas RS

Avião da seleção brasileiraAvião da seleção brasileira (Foto: Photocâmera)

“Que o Brasil jogue o melhor futebol de todos os tempos”
Roberto Aguiar – Estados Unidos

“Vamos encantar novamente o mundo!!! Força Brasil!!!”
Everaldo Coelho da Silva – São Paulo SP

“Força Seleção, o Brasil está junto com vocês!”
Fábio Martins – São Paulo SP

“Até a zebra vai torcer pra nossa Seleção.”
Gustavo lobo – Fortaleza CE

“Vamos lá, Brasil, mostra que sempre seremos o país do futebol.”
Simone – São José do Rio Preto SP

“Na Copa da África vamos matar um leão por jogo e o prêmio desse
safari será o nosso hexa.”
Camila Reis – São Paulo SP

“O gigante da América do Sul acordou...”
Josua Pena – Brasília DF

“Tenho certeza que o hexa será nosso!!! Boa sorte!”
Carolina – Itanhaém SP

Avião da seleção brasileiraAvião tem bola de futebol pintada no bico (Foto: Reuters)

Seleção brasileira chega a Brasília ao som de samba e pagode

Jogadores batucam no avião antes de visitarem o presidente Lula

Por Daniel Lessa, Leandro Canônico, Márcio Iannacca, Thiago Correia e Thiago Lavinas Direto de Brasília


FRAME Desembarque do Brasil Jogadores desembarcam em Brasília (SporTV)

O avião que leva a seleção brasileira a Brasília aterrissou ao som de samba e pagode. Assim que foram liberados, antes de desembarcar, os jogadores pegaram seus pandeiros na parte reservada da aeronave e começaram os cantos e batuques, assim como na saída de Curitiba.

Logo depois, atletas e comissão desceram na pista e entraram rapidamente em um ônibus que os levará direto até o presidente Lula, no Palácio do Planalto. Alguns funcionários do aeroporto correram atrás de um contato e protagonizaram uma cena curiosa.

A visita ao presidente no Distrito Federal é o último ato da seleção brasileira antes da viagem à África do Sul. A recepção no Palácio do Planalto está marcada para as 15h. O embarque para o continente africano será às 17h.

A seleção chegará à África do Sul ainda incompleta. Depois do título da Liga dos Campeões com o Inter de Milão, Maicon e Lúcio só se apresentarão em Joanesburgo. Companheiro dos dois na Itália, Julio Cesar chegou a Curitiba na terça-feira e passou o dia fazendo exames com o médico da seleção, José Luiz Runco.

avião da seleção com frasesAvião que levará seleção à África (Foto: Divulgação)

O último dia de treinos no CT do Atlético-PR foi marcado pela presença de Kaká. Depois de cinco dias em tratamento de uma lesão muscular, ele foi a campo para realizar treinos físicos com o restante dos jogadores. A principal estrela do Brasil chegou à capital paranaense antes de todo mundo, na última quinta-feira, justamente para acelerar o seu processo de recuperação. Na manhã desta quarta, ele voltou a fazer exercícios físicos com os preparadores Paulo Paixão e Fábio Mahseredjian.

Com aeroporto lotado de torcedores, seleção embarca rumo a Brasília
Delegação brasileira será recebida pelo presidente Lula no Planalto

Por José Ilan Direto de Curitiba
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Depois de cinco dias de preparação, a seleção brasileira deixou Curitiba às 12h45m desta quarta-feira, rumo a Brasília. Na capital, será recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 15h, antes de embarcar para Joanesburgo, na África do Sul, às 17h.

Quando os jogadores chegaram ao saguão do aeroporto Afonso Pena (em São José dos Pinhais), pouco depois de meio-dia, foram recebidos por cerca de mil torcedores - junto com gritos e batuques. Receberam proteção de um cordão de isolamento armado pela polícia e não pararam para dar entrevista ou autógrafo, mas passaram no meio dos torcedores. O incentivo aos jogadores prosseguiu no avião, enfeitado com centenas de mensagens de apoio.

Antes mesmo de partir para o aeroporto, a seleção já era esperada por dezenas de torcedores na saída do CT do Atlético-PR, onde fez sua preparação. No Afonso Pena, um momento curioso marcou a espera pelos jogadores. O atacante Ariel, do Coritiba, apareceu no saguão e foi recebido aos gritos de "Segunda Divisão" por adeptos do Furacão. Em resposta, apenas sorriu.
avião da seleção com frasesAvião que levará seleção à África foi enfeitado com frases de incentivo da torcida (Foto:Divulgação/ Site Oficial)

A seleção chegará à África do Sul ainda incompleta. Depois do título da Liga dos Campeões com o Inter de Milão, Maicon e Lúcio só se apresentarão em Joanesburgo. Companheiro dos dois na Itália, Julio Cesar chegou a Curitiba na terça-feira e passou o dia fazendo exames com o médico da seleção, José Luiz Runco.

O último dia de treinos no CT do Atlético-PR foi marcado pela presença de Kaká. Depois de cinco dias em tratamento de uma lesão muscular, ele foi a campo para realizar treinos físicos com o restante dos jogadores. A principal estrela do Brasil chegou à capital paranaense antes de todo mundo, na última quinta-feira, justamente para acelerar o seu processo de recuperação. Na manhã desta quarta, ele voltou a fazer exercícios físicos com os preparadores Paulo Paixão e Fábio Mahseredjian.

Antes do embarque, Kaká faz treinos físicos pela manhã em Curitiba

Craque foi o único a realizar exercícios no CT do Atlético-PR nesta quarta

Por GLOBOESPORTE.COM Curitiba


A seleção brasileira embarca nesta quarta-feira para a África do Sul. Kaká, porém, não teve descanso nesta manhã. O craque, que fez seu primeiro treino com o grupo na tarde de terça-feira, realizou exercícios físicos com os preparadores Paulo Paixão e Fábio Mahseredjian no CT do Atlético-PR.

Desde sua chegada a Curitiba, sob a supervisão do departamento médico, Kaká fez um tratamento intensivo para estar pronto na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte, no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Ao que parece, na chegada à África do Sul, deve iniciar os treinamentos táticos e técnicos.

A delegação do Brasil tem voo marcado para Brasília as 12h30m. Lá, jogadores e comissão técnica vão encontrar o presidente Lula antes de partir para a África do Sul. O embarque para Joanesburgo será às 17h.

Veja curiosidades e a evolução das bolas utilizadas em Copas do Mundo

Ao longo de 80 anos, modelos passaram por grandes mudanças

Por GLBOOESPORTE.COM Rio de Janeiro


A Copa do Mundo se aproxima. E, na competição de futebol mais importante do planeta, um objeto será motivo de atenção especial dos torcedores: a bola. Em 1930, ano do primeiro Mundial, elas eram feitas de capotão. Durante muito tempo, não tinham grandes detalhes. Mas, a partir de 1970, a evolução nos desenhos começou a ser notada e os torneios ganharam modelos oficiais.

A partir de 1998, as bolas passaram a ser coloridas. O modelo de 2010 terá 11 cores, referentes ao número de atletas em cada time, ao total de idiomas oficiais da Africa do Sul e ao número de tribos que formaram o país. Veja como foi o desenvolvimento das bolas ao longo de 80 anos e confira outras curiosidades no infográfico abaixo.

Torcedores de Fla e Flu aparecem no vídeo oficial da Copa do Mundo

Rubro-negros e tricolores surgem em cenas do filme divulgado pela Fifa

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro


torcidas de flamengo e fluminense aparecem no filme oficial  da copa do mundoTorcidas aparecem no filme oficial
(Foto: Reprodução You Tube)

No vídeo oficial da Copa do Mundo de 2010 divulgado pela Fifa, imagens de seleções e torcidas de todo o planeta passeiam na tela acompanhadas pela música Wavin' Flag, do músico somaliano K'naan. Dentro da vasta amplitude de cenas que o filme reúne sobre o esporte, duas torcidas cariocas dão suas caras: as de Flamengo e Fluminense.

Clique aqui para assistir ao vídeo

O filme começa com crianças jogando bola em uma praia, e logo aos 14 segundos surge uma cena com torcedores do Flamengo saindo de um vagão de trem. Seguindo adiante, aos 3 minutos e 21 segundos, logo após uma sucessão de gols marcados em Copas do Mundo, aparece uma imagem da torcida do Fluminense em êxtase no Maracanã. Mais curioso ainda é que o registro de torcedores de clubes, no caso rubro-negro e tricolores, é uma exceção em meio a cenas de jogos e torcedores em duelos entre seleções.