Dos times que Dorival Júnior viu jogar, só Fla de 81 encantou mais que atual Santos
Em entrevista ao programa 'Bem, Amigos!', técnico do Peixe diz que clima de descontração não supera o profissionalismo dos garotos
Dorival Júnior tem 47 anos. Viu muita gente boa em campo. Ex-volante, defendeu clubes como Coritiba, Palmeiras e Grêmio. Na função de treinador, dirigiu equipes como Cruzeiro, Vasco e desde o início do ano está no Santos. Ainda não conquistou títulos na Vila Belmiro, mas o trabalho feito com o Peixe é considerado brilhante. Donos do futebol mais vistoso da temporada, os garotos impressionam a cada partida. Placares elásticos, apresentações de encher os olhos, talento de sobra. O comandante também se rende. Em entrevista ao programa “Bem, Amigos!” desta segunda-feira, Dorival fez uma consideração ousada. Para ele, só o Flamengo de 1981, comandado por Paulo César Carpegiani, campeão da Taça Libertadores e do Mundial, encantou mais que o atual Santos. Só para lembrar: o Rubro-Negro daquela época tinha craques como Zico, Júnior, Nunes, Adílio e Tita.
- Talvez (seja o mais talentoso) que eu vi atuar, mesmo como jogador. A exceção é o Flamengo de 81, que era maravilhoso. (O Santos) Foi a equipe mais talentosa em que trabalhei. Vi logo no primeiro treino. Parei e perguntei para eles: vocês sabem há quanto tempo a bola não sai desse quadrante, não sai do campo? Seis minutos. Eles lembram disso até hoje – contou.
Pulverizar o São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista (3 a 2 no Morumbi e 3 a 0 na Vila) só fez crescer a expectativa sobre esta equipe empolgante. Agora, resta apenas um oponente para transformar o encanto em título. Nos dois próximos domingos, o time de Dorival Júnior vai enfrentar o Santo André na decisão. Difícil imaginar que a equipe do ABC possa parar a trupe de Robinho, Neymar e Paulo Henrique Ganso. Mas a euforia fica fora do grupo, como assegura o treinador. Segundo ele, não é preciso fazer força para que o famigerado clima de “já ganhou” atrapalhe.
- Desde a metade do campeonato a onda (de euforia) é crescente. Está sendo mais difícil administrar o ímpeto da imprensa e dos torcedores do que o nosso. Mesmo a garotada que chama atenção, que faz com que todos falem o que têm falado, está muito centrada. Não tive a necessidade de tomar qualquer atitude. Antes das partidas, nos preocupamos com o ambiente. É um ambiente de alegria durante todo o dia. Quando entram em campo, muda. Parece que é uma máscara. Não posso cortar isso deles. Não tem como. É a natureza deles. Estão toda hora brincando. Mas não tem oba-oba – afirmou.
Dorival sabe que brilhar não basta. A cobrança por resultado existe, e o grupo está ciente do que precisa apresentar.
- O grupo está sendo cobrado porque nunca teve um título. Disputaram três títulos do ano passado para cá e foram vice-campeões do Paulista. Para uma equipe, há um ano, jovem como era, perder uma final para o Corinthians não é demérito. Durante o campeonato, foi cobrada por não ganhar um clássico. Ganhou. Foi cobrada porque os resultados aconteciam só contra equipes de menor expressão. Mas todos jogaram contra as mesmas equipes, tiveram os mesmos adversários – comentou.
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